Cheguei aos 90 feliz
Pensava não chegar ao ano de 2.000
Mas cheguei e sempre trabalhando
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Igreja onde fui batizado dia 29 de Julho de 1930 pelo Padre Solini |
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Grupo Escolar Dr. Carlos Soares - Diretor Prof.Tarciso e Professora dona Zeni |
Trabalhei desde 8 aos de idade aos 82. Comecei vendendo verdura,pipoca,beiju,em sapataria como lavador de sapatos, fazedor de pipas e caixa de engraxate para vender.em
Tinturaria e lavanderia, Offic boy na Inter-Press, Hortelão na Granja N.S. do Loreto em Jacarepaguá, na Estrada Três Rios RJ carregador de marmita, de (Ponte coberta) a Fontes servente de pedreiro, das casas da Vila Militar,do Rio de Janeiro, lavanderia Brasil Unidos no Leblon RJ ,Modista e passador de roupas na (Cukier), Radiotécnico, Fotógrafo, Eletricista, Repórter Fotográfico, Jornalista Redator e Historiador.Assim que vivi até quando me aposentei aos 62 anos e continuei com Jornal até 2001.
INICIO DA MINHA HISTÓRIA DE VIDA
Meu pai tinha uma horta e eu e meu irmão,ajudávamos a limpar capinando ente as cieiras dos canteiros nas nas horas de folgas.e durante o dia e depois da escola.Na parte da manhã ,saía com uma cestinha vendendo verdura , depois a minha mãe pediu a um amigo da nossa família, que tinha uma sapataria de consertos de sapatos, para me arranjar um trabalho e o serviço era lavar os sapatos,botinas etc.O Chiquinho Peron,
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Esta moeda foi do 1º pagamento que recebi na vida e por coincidência faz também 90 anos |
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Este foi meu primeiro patrão e quando registrei em Volta Redonda a Filarmônica de Visc .Rio Branco
na sua apresentação no Recreio dos Trabalhadores,ele me reconheceu e mais tarde ele mandou esta mensagem de Natal |
no final da semana me deu quatrocentos reis, levei para minha mãe e assim fazia todas as semanas. mas teve um dia que meu irmão foi lá me ver e quando o Chiquinho me pagou, deu quinhentos reis pra ele .Cheguei em casa e reclamei com minha mãe porque a moeda dele era pequena e de cor e a minha era grande e branca aí ela falou do tamanho,da cor e valor e que o Adir tinha ganhado aquela porque era o presente do seu aniversário e eu trabalhava e ganhava toda semana.Quando mudamos de perto deste trabalho fui para uma torrefação de café, e neste serviço depois de varrer e limpar ,saia com um Latão redondo nas costa e balançando uma matraca para chamar atenção dos meninos para comprar beiju e Pipoca. Estudei No Grupo Escolar e quando estava no 3º ano primário minha mãe ficou doente e morreu.deixando 5 filhos. O recém nascido João foi pra casa na madrinha, morreu logo depois, O José foi para a casa da madrinha Luíza, da família Peron. Mudamos da casa que moravam-os e fomos para morar num barracão na Serraria do Z´Salim e eu pai que era carpinteiro e desnorteado e sem trabalho, nos levou Eu, Adir e Adilia para a casa de seu irmão em São João do Nepomuceno onde ficamos quase um ano sofrendo um pouco de desprezo pois este tio também tinha quatro filhos.E mais tarde eu cheguei na conclusão que tomar conta e alimentar 7 crianças era difícil o tio Heitor e para minha tia.
Eu e o Adir saíamos para catar ferro velho,Chumbo,metal, vidro quebrado para vender, nada de escola, nossa vó Rita e avô Ricardo eram velhinhos de mais de 90 anos que moravam numa rua próxima. Só fomos lá umas duas ou três vezes, minha tia falava, seu pai morreu e vocês tem que ser assim assado e nós sem saber o que fazer. Um dia o meu primo botou nossa irmã que tinha os cabelos compridos, num toco e cortou com um machado. Tudo era triste para nós mas nada poderíamos fazer nem rezar podia porque não sabíamos. Assim passavam os meses sem saber o dia que nascemos, de aniversário,Natal ou qualquer outra coisa. O único dia que tivemos alegria foi quando nosso pai chegou, choramos de alegria ao ver ele de terno gravata perfumado abraçando a gente com todo carinho, foi maravilhoso este abençoado dia.Nosso pai estava ali e ia nos levar ´conforme falou que vinha nos busca. Ele estava com uma boa aparência e o principal para nós era ter uma vida nova e ficar perto dele que tinha um bom emprego na C.S.N em Volta Redonda..Ele trouxe dinheiro para o tio João e presentes para todos e depois saiu conosco para comprar roupas outras
coisas. Chegou o grande dia, embarcar de trem para nova casa a casa de verdade nossa, fomos morar na vila da laminação do lado do alto forno próximo ao Rio Paraíba, Eram vários barracões para 20 famílias com quarto e cozinha para cada um e banheiros e lavanderia eram grandes barracos, o nosso foi de frente a nossa querida tia Francisca que teve carinho com a gente na falta da nossa mãe. Ficamos sabendo depois que meu pai mandava dinheiro todos os meses para meu tio e outra coisas que nunca recebemos. Em São João Nepomuceno naquela oportunidade meu pai visitou junto com a gente os nossos avós que há muito não os via. Em Volta Redonda foi quando eu fui engraxate próximo ao banheiro com uma caixinha que eu mesmo fiz com caixotes do Refeitório RU dos operários que
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Caixa de Egraxxate |
eu mesmo fiz e estava bom porque tinha bastante fregues até que apareceu um outro menino com uma caixinha feia, mal feita depois chegou mais um, antes que chegassem outros fiz mais uma caixa para meu irmão, comecei a fazer caixa para vender e deu certo, estava tudo muito bem, mas como alegria de pobre dura pouco, meu pai adoeceu e fomos obrigados a voltar ter uma vida quase igual a de São joão.com tantos concorrentes como engraxate fui para a Vila Operaria com uma enxada velha nas costas oferecendo para limpar o quintal e deu certo, o vizinho do lado viu e pediu para também fazer o serviço assim ganhei alguns trocados e chegou o dia die ir para o Rio de Janeiro eu para a casa do tio Daniel em Marechal Hermes, o Adir para o tio João em Gramacho(Caxias) , Adilia foi para a casa o Sr Fontes, na Tijuca,era um Engenheiro da CSN. No Rio de Janeiro. Passados alguns dias sô Eduardo vizinho da casa do tio Daniel,muito simpático perguntei a ele se sabia de algum trabalho,ele falou queia ver lá na cidade onde trabalhava no SAPS e dias depois fui e fiquei até a hora do almoço, almoçamos e fomos andando apé pela cidade e eu sem conhecer nada do lugar, até chegar perto do Palácio Monroe, na Av .Rio Branco subi de elevador pela 1ª vez foi um calafrio danado 17 andares e eu sempre envergonhado e cabeça baixa. Um homem alto botou a mão na minha cabeça e disse parece um indiozinho Foi meu 1º emprego como Offic-boy. Agência de noticias Inter-Press.Fiquei quase um ano e fui trabalhar numa engarrafadora de bebidas na rua Cândido Benício em Jacarepaguá.
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Primeira foto que tirei depois de 16 anos para a carteira de Saúde para este emprego |
voltei para Volta Redonda,casa do Tio chico ele tinha uma lavanderia e tinturaria no bairro do conforto aprendi a lavar e passar..Mudamos para Ponte coberta as margens da BR Rio São Paulo no pé da serra das araras, eu saia todos os dia pela estrada rumo a Ribeirão das Lages (fontes) para levar seu almoço e ajudar até a hora de voltar.Voltei para o Rio, o tio Daniel me levou para trabalhar no Bar do Cassino dos Oficiais da Escola de Aeronáutica, Ali eu iniciei nas horas de almoço o 1º trabalho com fotografias; Meu tio tinha uma maquina fotográfica big box, que era uma caixinha de lata que tirava fotos,

peguei emprestada e coloquei um rolo de filme que era 8 chapas que dava para tirar 8 fotos e era o dia dos cadetes fazer seu 1º voou e foi ai que comecei a tirar fotos para vender ganhava mais trocados,chegou a vez de me alistar para o serviço militar falei com meu tio e ele explicou que na Marinha era 3 anos e na Aeronáutica ficava 2 nos e no Exercito 1 ano, optei pelo Exercito e lá fui para a Cia de Comunicação Regimental do REI, Regimento de Escola de Infantaria. Lá também comecei tirar fotos e tingir calças mudando as cores verdes por um marrom esverdeados dos praças que davam baixa. Naquela época a cor Verde oliva era exclusiva do Exercito e chegou minha

e a sogra do meu comandante Cel. Dilermano Povoa, gostava de mim e quando dei baixa ela arranjou para eu trabalhar em uma Lavanderia na rua Ataufho de Paiva no Leblon. para o trabalho eu saia ás 5:30, da Rua Alves do Valle em Marechal Hermes a Gari de Don Pedro e de ônibus Estrada de Ferro X Leblon,era uma viagem cansativa, trabalhei poucos meses e fui para uma Granja trabalhar de hortelão fiquei também pouco tempo porque vim para Barra do Pirai,
ver meu Pai que estava doente no Hospital,lá chegando fui direto para Pronto Socorro onde se encontrava internado nesta visita encontrei um amigo de meu pai que em conversa meu pai pediu para eu ficar com ele, eu falei do meu emprego no Rio e este amigo de nome Nicanor um escurinho simpático e falante falou que aqui tem muitos lugares que precisam de empregados eu mesmo sei que na Fabrica de roupas esta precisando de um. Fui para a casa do meu pai e dormi descansei e
quando chegue no Hospital lá estava o Nicanor que disse ter falado com o dono da Fabrica a meu respeito e ele pediu para ir lá, Fui e vi o serviço que era de passador de roupas, gostei porque já tinha alguma experiencia, dai veio o contrato,o sr. Manuel que era um gringo que falava enrolado mas dava pra entender,ele queria me pagar por mês e eu pedi pagar por peça 2 cruzeiros, ele ofereceu 1,50, aceitei porque a intenção era 1,50. Trabalhei na Confecções Cukier 8 anos e ainda ganhava alguns trocados tirando retratos de aniversário das meninas da Fábrica e outras.
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Nesta época eu estava aprendendo aperfeiçoar como fazer as fotos de close com retoque e com mais qualidades como fotografo Benedito Jorge da Cunha (Tabarino) que era o melhor fotógrafo de Barra do Pirai e seu atelier ficava na rua Coronel Novaes Nº 8 na esquina do pecado próximo ao Vips |
Nestes tempos apareceu no Restaurante Gato Preto na Rua atras da Igreja de São Benedito de propriedade do Chequer Elias um viajante que me fez perguntas sobre a cidade e disse que queria arranjar um representante para venda de Cestas de
Natal, Peguei o serviço e comecei juntamente com os trabalhos da fabrica e a representação das Cesta de Natal Columbus. tudo correndo bem.Em 1957 Casei
depois de menos de 3 anos
morre a mulher e fiquei com dois filhos um de 1 mês e pouco o outro de 2 anos. Fui para São Paulo gerenciar loja da Columbus em São Bernardo do Campo e lá com saudades dos filhos voltei e aqui em Barra do Pirai, como era época das festas Juninas fui a Paulo de Frontem na Fabrica de fogos Adrianino comprei uma variedade de fogos e fui para a periferia de Volta Renda vender foguetes, estalinhos, busca pé e outros acabou o período das festas.Passados 10 anos viúvo resolvi abrir um atelier fotográfico na rua Cel.Novaes Nº 91 na garage do Sr. Josino Veilella pai do Sávio. Viúvo só faltava uma companheira e finalmente apareceu no meu Atelier uma bela menina que me encantou e eu comecei o namorar e falei tenho dois filhos, que casar comigo e ela disse sim, noivamos e casamos em Setembro 1967 e tivemos dois filhos, Rogerio e Rita Cristina.
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Anesia,Ricardo e Renato |
E hoje com 90 anos sou feliz nestes 53 anos de casado com Anesia,10 netos, 13 bisnetos que é a nossa alegria
de neste
ano de 2020
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Quando estava saindo do meu atelier, para trabalhos externos, inclusive de pericias policiais
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logo depois fui ser representante do Jornal Diário de Noticias do Rio de Janeiro como Repórter Fotográfico. E em 1965 eu e os amigos Sávio e Oscar, fundamos uma Agência de noticias e publicidade
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Edições da revistas,Projeto,Projetinho,Jornal da Cidade,Revista dos Clubes, Jornal da Cidade e Jornal A Folha. Editando também outras publicações a pedidos. |
Durou poucos tempos a nossa Agência, que mesmo assim foi sucesso na Região do Vale do Paraíba comas Revistas Projeto e Projetinho,que chegou a ser motivo de entrevista na TV Excelcior da capital do Rio de Janeiro pelo apresentador do programa Cidades em destaque Almirante. Com o fim do CBP, mais tarde resolvi dar continuidade com o Jornal da Cidade e outras publicações
Sempre trabalhando não tive tempo de estudar e o que aprendi a ler e escrever até o 3º ano primário,serviu para viver bem e sou Fotografo, Reporte Fotográfico, Jornalista,Editor, Redator ,Programador e Paginador com Registro profissional do Ministério do Trabalho de Nº 17.371. Lv.79 f 1.72v e com vários Diplomas de bons serviços prestados a comunidade.
Aqui esta alguns reconhecimento de bons serviços prestados
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Odir Gonzaga de Moura, Dr.Jacyr Abbud e Olga Sefer recebendo Diploma de melhores profissionais do ano |
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Câmara Municipal de Barra do Pirai |
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Câmara Municipal na Estação na Rodoviária de Barra do Pirai |
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Presidente do Lions Club de Barra do Pirai por duas vezas |
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Guarapari 14 de Julho de 2020 Odir Gonzaga de Moura
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