Revirando o Baú
Quando eu era criança meu avô dizia: Amanhã só vai ter o
paiol da terra como alimento. Eu achava estranho e me perguntava o que seria o Paiol
da terra. Só mais tarde passei a entender que ele se referia ao alimento que
vinha da terra. Hoje, quando quase ninguém se preocupa em plantar, me lembrei
do saudoso Padre Breves que era o
administrador dos cemitérios de Barra do Piraí, no governo José Figorelli.
Naquele tempo, ele tinha o cuidado de aproveitar aquelas terras para plantar frutas,
legumes e raízes nos lugares vagos entre as sepulturas. Na foto vemos o padre
cuidando de um pessegueiro. Um dia perguntei a ele se valia a pena pois as pessoas tinham receio de ingerir aqueles
frutos. Ele respondeu: Quem quiser pode comer que eu garanto que é limpo. Eu
como muita banana e outras frutas aqui plantadas. “Mas se não quiserem os
passarinhos comem e ainda dão um pouco de alegria para amenizar a tristeza
daqueles que passam por aqui.” Uma lição de vida para quem não tem a tão
apregoada preocupação com a natureza.

Nenhum comentário:
Postar um comentário